Discurso proferido na Reunião Solene que concedeu o Título de Cidadão de Pernambuco a José Evaldo Campos

Senhor presidente, senhores deputados, senhoras deputadas, meus senhores, minhas senhoras, boa noite.



Este é um momento especial. Nos reunimos nesta Casa, em Sessão Solene, para uma justa e merecida homenagem a José Evaldo Campos, reconhecendo a “pernambucanidade” deste paraibano que há 58 anos fincou por aqui sólidas e profundas raízes.

Por unanimidade, a Assembleia Legislativa concede a ele o Título Honorífico de Cidadão Pernambucano em uma iniciativa do nosso mandato que muito me honra por ser conhecedor de sua história, dedicação e compromisso com o desenvolvimento do Estado e da nossa gente.  

De certo, todos aqui presentes, entre seus muitos amigos, familiares, cooperados e cooperativistas que compartilham o ideal da justiça social e financeira, hão de concordar quando o apresento como um grande entusiasta. E essa qualidade, comum aos grandes empreendedores, balizou sua trajetória profissional em todas as missões abraçadas, seja na iniciativa pública ou na privada.

Nascido no dia 03 de julho de 1951, no Sítio Riacho Verde, também conhecido por Sítio Tanque Coberto, em Teixeira, José Evaldo Campos teve uma infância comum à de muitos meninos nordestinos. Ao lado do pai, o agricultor José Campos, trabalhou na roça e com ele aprendeu o valor do esforço. De sua mãe, Maria das Neves, teve entre muitas lições a resiliência que o ajudou a enfrentar as adversidades apresentadas pela vida. 

Aos 13 anos veio morar com a família em São José do Egito, Sertão do Pajeú, e durante muito tempo, junto com o pai, percorreu feiras públicas da região vendendo calçados. Foi um aluno aplicado. Estudou no Ginásio São José, cursou contabilidade na Escola Estadual Edson Simões e aos 19 anos, através de concurso público, ingressou no Banco do Brasil. Começou na função de auxiliar de escrita e ao longo de quase três décadas, conquistou cargos importantes na instituição: foi gerente geral das agências de Itapetim, São José do Egito,  Cidade Universitária,  Sete de Setembro,  Centro – essas três últimas no Recife -, de Jaguari e Parnamirim – ambas no Rio Grande do Norte – chegando a superintendente regional em Jacobina, na Bahia, encerrando, em 1998,  sua carreira no Banco do Brasil.  

Com sólida experiência no mercado financeiro, entrou para o cooperativismo em 1999, inaugurando um ano depois, ao lado de outros 101 sócios, essencialmente pequenos produtores rurais, a Cooperativa de Crédito Rural do Alto Pajeú – Credipajeú.  Primeira cooperativa de São José do Egito, com um volume de capital na ordem de R$ 36 mil, a Credipajeú cumpriu um importante papel no apoio ao homem do campo e, sobretudo, ao desenvolvimento econômico da região. 

Pouco mais de duas décadas depois da semente lançada pela Credipajeú, a hoje cooperativa de livre admissão Sicoob (Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil) Pernambuco conta com cerca de 51 mil cooperados, capital em torno de 450 milhões de reais, estando presente em todas as regiões, com 28 agências, além de quatro localizadas na Paraíba. Está em plena expansão. Considerada uma referência nacional pelo modelo de gestão adotado, trabalha para ser a maior instituição financeira da região,  apoiando as mais diversas atividades econômicas, contribuindo para a geração de renda e empregos para os pernambucanos. 

Administrador de empresas formado pela Universidade do Rio Grande do Norte, presidente do Sicoob Pernambuco e  Central Nordeste, José Evaldo Campos é um nome respeitado nacionalmente Tem levantado bandeiras importantes sobre o papel estratégico das cooperativas enquanto agentes de inclusão social e econômica, sobretudo no Nordeste, região que concentra 33% dos municípios brasileiros e 62% da população desbancarizada do país.

Em entrevistas que concede e em eventos que participa, José Evaldo Campos costuma vaticinar que  “a inclusão financeira e social pode ser alcançada no Brasil por meio do cooperativismo financeiro”.  Eu, assim como você, meu caro amigo, tenho plena convicção disso. Pelo crescimento alcançado mesmo em tempos de grave crise e pelos valores que alicerçam o movimento em todo o mundo.

Através da Frente Parlamentar em Defesa do Cooperativismo instituída por essa Casa e na qual ocupo a coordenação geral,  unimos esforços e promovemos intensa discussão no sentido de conhecer e fortalecer o cooperativismo pernambucano. E essa tem sido uma experiência única.

Encerrando a minha participação nesta noite marcada pela admiração e respeito à sua história, sou aqui porta-voz de um desejo coletivo: de que esse nordestino vocacionado, no alto dos seus 71 anos, pernambucano de direito e pai de 12 filhos, continue com o mesmo entusiasmo de sempre a perseguir o seu sonho maior: a construção de uma sociedade mais justa.

 

Obrigado.