Pronunciamento do líder do Governo, deputado Waldemar Borges, pela passagem do Dia Internacional da Síndrome de Down.
Senhor presidente, senhores deputados, senhoras deputadas, meus senhores e minhas senhoras:
Venho à Tribuna nesta segunda-feira para abordar um tema que considero da maior importância para minimizar o preconceito e incluir cidadãos na nossa sociedade. Oficialmente estabelecida em 2006, o Dia Internacional da Síndrome de Down tem por finalidade dar visibilidade ao tema, reduzindo a origem desse preconceito, baseado, normalmente, na falta de informação correta. Em outras palavras, combater o “mito” que teima em transformar uma diferença num rótulo, numa sociedade cada vez mais sem tempo, sensibilidade ou paciência para o “diferente”.
Dentre os 365 dias do ano, o “21/03” foi propositadamente escolhido porque a Síndrome de Down é uma alteração genética no cromossomo “21”, que deve ser formado por um par, mas no caso das pessoas com a síndrome, aparece com “3” exemplares (trissomia). A ideia surgiu na Down Syndrome Internacional, na pessoa do geneticista da Universidade de Genebra, Stylianos E. Antonorakis, e foi referendada pela Organização das Nações Unidas em seu calendário oficial.
Descoberta em 1862 pelo médico britânico John Langdon Down, a Síndrome de Down não é uma doença, e não impede, de maneira nenhuma, que o indivíduo tenha uma vida social comum. De acordo com o Censo 2010 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), cerca de 45 milhões de pessoas possuem alguma deficiência física ou mental no Brasil. Destas, estima-se que 300 mil tenham Síndrome de Down, que ocorre com uma prevalência de 1 para cada 600 nascimentos aproximadamente.
Quero aqui chamar a atenção especialmente das pessoas pouco informadas sobre as capacidades das pessoas com a Síndrome de Down. Elas possuem tantas outras características como qualquer outra, com personalidade própria e individual, habilidades e vocações distintas entre si.
O Estado de Pernambuco segue, de forma integral, os rumos da diversidade e da inclusão social. A Secretaria de Turismo de Pernambuco (SETUR), em parceria com a Empresa de Turismo de Pernambuco (EMPETUR), promoveram o primeiro Curso de Informações Turísticas para pessoas com Síndrome de Down. A iniciativa, gratuita e pioneira no estado, ofereceu oportunidade às pessoas com a síndrome para atuarem, voluntariamente, em diversos eventos ligados ao Turismo.
Para além dos cursos, a Secretaria de Turismo de Pernambuco deu um passo maior, convocando o jovem Bruno Ribeiro, turismólogo, formado em março de 2015, para integrar o time de colaboradores, atuando na área de planejamento do setor. No Brasil, 30 portadores da Síndrome de Down são alunos de graduação. Em Pernambuco, o jovem é o 3º que conclui um curso superior, segundo a Organização Não-Governamental Inclusive.
Em um cenário que a inclusão social vem ganhando espaço, é necessário que dispensemos uma atenção sem preconceitos. Toda convivência saudável entre amigos e familiares, colegas e sociedade, de maneira atenta a todo tipo de diversidade, é sempre muito enriquecedora. Quando enxergamos a pessoa além de qualquer paradigma imposto, vemos claramente seres humanos tão capazes e semelhantes como qualquer um.
Por tudo isso, dei entrada nesta segunda-feira em um requerimento solicitando Voto de Congratulações pela passagem do Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, dando ciência às entidades que lutam pela causa, entre elas o Portal Inclui PE; a Superintendência Estadual da Pessoa com Deficiência; a Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down; a Associação Novo Rumo; aAssociação de Pais e Amigos dos Portadores do Síndrome de Down; a Rede do Movimento Down; ao Grupo Integrarte; e ao Projeto Encontro. Cabe a todos nós repensarmos uma sociedade mais inclusiva, abrangente e humana, que a cada dia vença barreiras e ofereça um mundo muito mais inclusivo para todas as pessoas.


